Pelos caminhos do Alto Douro
Quando se ouve falar em "Trás-os-Montes", muitas vezes esta região é logo olhada como "só tem montes" ou vista como tendo poucas pessoas qualificadas academicamente, mas desengane-se quem toma por certas essas afirmações.
É no Alto Douro, por trás desses montes que se encontram belezas humanas e não-humanas indescritíveis, pautadas por um silêncio que convida à reflexão, à contemplação, à fotografia do detalhe, à tranquilidade que ali se vive, que ali se sente, longe do bulício e da azáfama do quotidiano de hoje em dia.
Assim partilho um roteiro simples, todo ele envolto da natureza, cheio de beleza, que ocupou um sábado, mas que pode ser adotado por um fim-de-semana inteiro de descanso.
Falo-vos de um passeio com o Douro nos olhos, começando por Mirandela, uma pequena cidade do distrito de Bragança cheia de tradições e de cultura, caracterizada pela sua ponte, a sua antiga linha de ferro, pelas suas gentes, pelas famosas alheiras de caça, pela bela da Posta (tão característica por essas regiões) e cheia de muitos pequenos estabelecimentos comerciais, todos eles alusivos às pequenas obras de arte manuais realizadas pelos artesãos dessas terras e pelos tradicionais enchidos que já são um ex-líbris destes lugares!
Mirandela também no seu colorido de amores perfeitos espalhados pelos cantos da cidade e conhecida pelos seus jardins, que constam ser dos mais bonitos do país: é a natureza que se impõe a cada cruzamento por onde se passa: é a beleza da vida florescida em cada ano, em cada tempo.
Saindo deste pequeno recanto é possível fugir à autoestrada e seguir por estradas antigas, junto ao Douro, conhecendo o que de melhor as paisagens portuguesas têm para oferecer: passar pela Adega dos Favaios (capital do moscatel), descer pelo Alto Douro Vinhateiro, e lado a lado com o rio, contemplar as imensas vinhas identificadas pelas respetivas marcas de vinhos (entre os quais, vinho do Porto diverso), e onde pontualmente passam barcos, entre os quais, os tradicionais rabelos (que transportam as pipas com os vinhos).
Assim se desce, assim se chega à Régua, porto feliz do Rio Douro que convida a uma paragem para admirar a sua beleza, de onde partem ou chegam cruzeiros do ou para o Porto, ou até de onde se iniciam ou terminam belas viagens por essas paisagens de comboio.
Pelo caminho, também se contemplam (por esta altura) as amendoeiras em flor, que registadas em fotografia, de baixo para cima, como que se parece com um quadro, ficando o céu azul pintado de flores brancas e rosas. Quando a flor da amendoeira floresce, é uma vida que renasce, é uma oportunidade que surge de contemplar o que é bonito aos olhos de quem passa e não será indiferente ao menos curioso.
Não se deve deixar passar ao lado estes recantos, antes disfrutá-los: conhecer o mundo sim, mas conhecer Portugal naquilo que ele tem de melhor!
Viagens
Experiências enriquecedoras pelos costumes, pela cultura, pelas paisagens, pelas diferenças, pelas pessoas...
É aqui que vos falo das minhas viagens, dos locais que visito, fora e dentro de Portugal!
Todas elas nos ensinam, nos acrescentam, nos enriquecem!
Sair do nosso mundo, do nosso canto, da nossa casa, é estar disponível para conhecer o que está fora do nosso concelho, do nosso distrito, do nosso país!
Inglaterra
(Londres, Selsey, Chichester, Portsmouth)
O que motiva cada um de nós neste mundo?
Partilhar sobre os lugares que visito, ajuda-me a pensar em tudo aquilo que ali vivi, o que aprendi, o que acrescentei na minha bagagem de vida!
Se para muitas pessoas, a língua (falando em viagens fora do país) é um obstáculo, eu digo-vos - por experiência própria que não deve ser impedimento.
Como diz o povo, "em hora de aflição, nós portugueses sacamos do bolso a arma do desenrasque" e, quem me conhece, conhece o meu "mau inglês", e por gestos ou por tentativas-erro, lá se consegue o que se pretende.
E por isso, sem receio e com entusiasmo, Inglaterra foi uma cidade que me marcou, indiscutivelmente.
Foi em Janeiro de 2018, que com a minha mãe me lancei nessa aventura. Saber que lá tinhamos família (em Selsey), que nos acolheu do ponto de vista do alojamento, facilitou imenso. De todos estes lugares - Londres, Selsey, Chichester e Portsmouth - sem dúvida que Londres foi o mais marcante: capital de Inglaterra, nos seis dias de viagem, dois deles foram por mim passados na capital (um deles com a minha mãe e outro deles com uma amiga que entretanto havia escolhido a mesma altura para conhecer a capital inglesa.
Desde Selsey (onde residem familiares que nos acolheram), seguimos até à estação de metro de Chichester, e seguiram-se duas horas de metro até Londres.
Desde o Buckingham Palace (na sua imponência e marcado pela realeza dos que lá residem), o London Eye (lugar esse sempre visitado por todos os que ali acorrem na sua tão carecterística roda gigante junto ao rio), a Tower Bridge (uma das pontes móveis mais famosas do mundo, Ponte da Torre, bonita de dia e de noite), o edifício SkyGarden (que espelhado na sua totalidade, oferece uma vista 360º de toda a cidade de Londres), os tão característicos autocarros vermelhos e as cabines telefónicas, ponto atrativo para tantos registos fotográficos... enfim, tantas atrações, curiosidades, monumentos... uma viagem que aconselho vivamente a todos(as) aqueles(as) que querem conhecer um país diferente do nosso.
De lá trouxe fotografias, recordações, mas essencialmente memórias, lugares, experiências inesquecíveis.
De lá trouxe um olhar preenchido de multiculturas, muitos costumes, sabores gastronómicos distintos!
Ficar-me-á sempre gravada esta aventura, com a certeza de lá voltar!
Espanha
Madrid e os seus encantos
Depois de licenciado em Serviço Social pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, integrei o mestrado na Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto.
Admito, que quando integro esta escola não tinha grandes expetativas - já tinha vivido o espírito académico (não integraria a praxe), o horário era pós-laboral (o que me oferecia pouco contacto com as pessoas) e, sendo mestrado, com colegas de idades diversas, achei que não iria ter espaço para novas experiências extra-aulas.
De facto, enganei-me!
Logo no primeiro ano surge a oportunidade para participar numa viagem designada ENESE (um encontro de estudantes das escolas superiores de educação)... em Madrid... quatro dias... como poderia perder uma oportunidade destas?
Ainda por cima a um preço acessível, com tudo incluído, não poderia deixar passar...
Não foi a minha primeira vez em Madrid (já lá tinha estado em 2011 - numa outra grande experiência que partilharei convosco), mas era como se tudo fosse novo...
Desde logo tive a oportunidade de pernoitar pela primeira vez em bungalows; pude conhecer o grande Parque Warner em Madrid, com as suas muitas atrações de diversão que preenchem a totalidade de um dia; o passeio pelo centro da capital com visita à Catedral de Santa Maria a Real de Almudena, a Plaza Mayor, o Palácio Real, a Porta do Sol, a Gran Vía, o Mercado de São Miguel, a Praça de Espanha, o Estádio Santiago Bernabéu, entre muitos outros locais de visita surpreendentes.
Conhecer novas pessoas, fortalecer amizade com outras pessoas, festas e atividades, passeios e locais, traduzem este intenso fim-de-semana ali vivido, que deixo como sugestão ;)
Jornadas Mundiais da Juventude em Madrid
Um encontro entre jovens marcado por multiculturas: é o mundo que se encontra (quase) na totalidade...
Nesta semana (22-27 de Janeiro de 2019) estão a viver-se no Panamá as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) que decorrem, habitualmente de três em três anos, sobretudo para jovens cristãos, mas não só.
Tal é o alcance mundial deste encontro, que congrega milhares e milhares de pessoas de muitos países, numa experiência incrível de fé, mas também de amizade e de aventura.
Dado estarem a ocorrer nesta semana as JMJ 2019, optei por partilhar convosco hoje a experiência e o impacto que teve em mim pela oportunidade que tive em participar em 2011 pela primeira vez (e até agora, a única) nas JMJ, nesse ano em Madrid.
Se há viagens que fazemos que nos marcam, esta, mesmo que em país vizinho, vai marcar-me para sempre!
As imensas atividades que numa semana de agosto muito quente; as caminhadas para conhecer a cidade; os encontros; os diálogos com pessoas que não falavam a nossa língua nem nós a delas, mas que repentinamente, o diálogo acontecia sem dificuldades; as refeições; os concertos, enfim... uma panóplia de circunstâncias que me fez acreditar que ainda existe uma igreja muito jovem no mundo em que vivemos, mas sobretudo, como dizia, mesmo pessoas não cristãs, sentiram-se desafiadas a viver esta experiência do encontro e do convívio fraterno entre estrangeiros, que mais parecia um convívio familiar, marcado pela interajuda, pelos sorrisos...
Se de facto tudo isto já parecia suficiente valer a pena, os dois últimos dias seriam os mais aguardados, no Aeropuerto de Madrid - Quatro Vientos, onde no sábado todos os jovens teriam uma vigília à noite com o Papa, na altura o Papa Bento XVI, e no domingo, teríamos todos a Missa de encerramento dessas Jornadas, também presididas pelo Papa.
Porém, mesmo em pleno agosto, durante a vigília e nessa noite, desabou uma chuva torrencial, mas tal foi a força que ali se sentiu, que ninguém dali saiu, e todos os jovens, incluindo eu, aguentamos toda a vigília, e de noite ali permanecemos, tapados quanto possível pelos sacos cama para evitarmos ficar molhados, para esperar o encerramento que aconteceria no domingo.
O Papa elogiou nessa altura o nosso esforço e determinação por não termos deixado que a chuva nos desistisse dali estar: uma força entre todos não nos tirava dali.
Uma experiência sem dúvida a repetir.
Mais feliz fiquei por saber que as próximas JMJ (em 2022), pela primeira vez (acontece de três em três anos, uma vez na Europa e uma outra fora da Europa) acontecerá em Portugal, numa zona limítrofe de Lisboa.
Se a vida me permitir, lá estarei e aconselho quem tiver essa oportunidade! :)
Invicta Cidade do Porto
Fevereiro chegou e com ele um tempo tempestuoso. No entanto, para animar este dia, deixo, como prometido, uma nova sugestão de viagem.
Desta vez, não saímos de Portugal para visitar aquela que eu considero a capital do Norte do País.
Não há estação do ano onde a cidade invicta perca a sua beleza: na sua fachada mais antiga que serve de tantos quadros pintados a aguarela… quadro indescritível que só se pode contemplar do cais de Gaia, nas suas casas coloridas junto à Ribeira a terminar na majestosa ponte D. Luís I; e, também, nas mais modernas construções que dão vigor e modernidade à mágica cidade do Porto, nomeadamente, na reconstrução de edifícios antigos, apontando, por exemplo, o atual Hotel Intercontinental (Palácio das Cardosas) situado no final da Avenida dos Aliados, outrora um banco, mas antes uma casa de uma família aristocrática.
Por falar na Avenida dos Aliados, ela é o palco de muitos acontecimentos no decorrer do ano, concentrando, por exemplo, a realização de concertos musicais por altura da passagem de ano ou do S. João (grande festa da invicta, não sendo, todavia, o padroeiro da cidade) e que é, por assim dizer, presidida pela Câmara Municipal do Porto, edifício também este opulento, e que identifica esta avenida igualmente marcada por outros edifícios que atrai a atenção de muitos que por ali passam, nomeadamente o mais bonito McDonald’s da Europa, que diariamente congrega milhares de pessoas.
Trata-se de uma cidade situada à beira-rio na sua ribeira tão característica que proporciona momentos de uma paisagem indescritível com os seus roteiros nos famosos barcos rabelos, pelos percursos diariamente realizados entre as muitas pontes que ligam Porto a Gaia, e que tantas vezes terminam nas visitas às mais variadas caves do ex-líbris vinho do Porto.
Também a Torre dos Clérigos, os jardins do Palácio de Cristal, os jardins do Passeio Alegre, os variados museus, a Alfândega, a Foz, o Mercado do Bolhão, a Rua Santa Catarina, a Sé Catedral, o Palácio da Bolsa, o Hard Club, o café Magestic (situado na Rua Santa Catarina), a Praça dos Leões, a Cordoaria (palco de muitas serenatas universitárias), entre muitos outros pontos, são atração obrigatória do povo português e dos turistas, que se deslocam para a cidade tantas vezes nomeada como destino europeu.
Por falar em serenatas universitárias, as várias faculdades que compõem a Universidade do Porto e o seu Instituto Politécnico, devolve à cidade uma massa jovem enormemente marcada pela alegria, pelo empenho, pelos talentos, pela criação de negócios e pela referência que a universidade tem em todo o país.
Referência ganha também nos seus serviços hospitalares a todos os níveis, e banhada, igualmente, por variados centros comerciais, que permite aos residentes e aos muitos turistas, escolher o Porto como sua residência ou como destino de férias.
Tantas coisas se podiam dizer desta que é a minha cidade do coração, mas que só uma visita poderá demonstrar a sua grandiosidade. São ruas, são pessoas, são tradições, são histórias, são vidas marcadas por esta cidade!
São capas negras de saudades em horas de despedida… são negócios grandemente apoiados pelo muito turismo, atraídos pela oferta da cidade e que faz do Aeroporto Francisco Sá Carneiro um movimento constante… são sorrisos apaixonados nas muitas fotografias publicadas junto à ribeira, num pano de fundo irrepetível…são portuenses, portugueses e estrangeiros dependentes desta cidade amada e que os ama, incondicionalmente.
As fotografias que, através da lente, são inigualáveis, têm como autor um amigo (Tiago Carvalho).
Acompanhem o seu fantástico trabalho: