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carlosribeiro81

Ciclone Idai e as suas lições

Hoje, neste domingo (24/03/2019) tão solarengo que mais parece verão antecipado, vejo-me a pensar numa vida que para muitos, neste momento, nem o sol é suficiente para que haja um pequeno sorriso, uma pequena motivação.

Mesmo para quem é mais desatualizado(a) ou desatento(a), as redes sociais, a comunicação social, os jornais ou até as conversas numa mesa de café, fazem questão de refletir, relatar ou mesmo especular sobre a grande tragédia que incidiu e continua a incidir fortemente em Moçambique nestes dias e que abala todo o mundo.

"São coisas da Natureza" dizens uns; "são vinganças de Deus" dizem outros... eu pergunto-me: e o Homem, não terá culpa disto?

Não são as tragédias como os ciclones, ou outros, culpa das atitudes menos corretas por parte do Homem?... Pois bem, daí pensarmos no Ciclone Idai e as suas lições...

É lamentável que por vezes precisemos destes abanões para relativizarmos os nossos queixumes e problemas que intitulamos de graves na nossa vida...

É triste olharmos para estas circunstâncias trágicas como algo distante, como que dizendo "ainda bem que não é cá em Portugal"... pois...

Será necessário termos algo semelhante em Portugal para alterarmos as nossas atitudes diárias?

Será necessário sofrermos na pele para nos solidarizarmos com as dificuldades que milhares de pessoas (entre as quais, portugueses) estão a passar neste momento?

Estas são as reais lições que Moçambique, no seu sofrimento, nos deixa.

Hora de agirmos, de ajudarmos, de irmos ao encontro das necessidades destas pessoas.

Hora de confortarmos as famílias dos que perderam os seus...

Hora de doarmos alimento, roupa, quem sabe dinheiro para a reconstrução de casas, para o recomeço quase utópico destas vidas...

É hora de sairmos da zona de conforto, de sair do sofá, de calçarmos as sapatilhas e pormos mãos à obra.

Que nos vale olharmos estas notícias com frieza para não sofrermos? ou, que ganhamos nós em escandalizarmo-nos com estas situações se depois nos deixarmos estar sentados de braços cruzados sem nada fazermos?

Que nos vale, por detrás de um computador, comentarmos expressões como "eu não dou dinheiro nenhum se não vai acontecer o que aconteceu com os Incêndios de Pedrogão onde os dinheiros foram desviados". Que vale este tipo de julgamentos? Se assim pensarmos, o que será destas pessoas, destas famílias, destas vidas?

Moçambique precisa de um Portugal solidário, duma Europa próxima, dum mundo fraterno...

Moçambique precisa de cada um e de cada uma das pessoas por este mundo fora.

Não esperemos mais! Se salvarmos uma vida, uma família, só por si, é uma vitória... mas não é só uma, há muito a fazer!

Se a vida é para ser agarrada, era bom que fossemos capazes de valorizá-la de tal forma que desejássemos o mesmo para os outros - nomeadamente esses outros que por vicissitudes como estas, não têm a sorte que possuímos, deparam-se com as dificuldades com que se deparam e, sozinhos(as), não conseguem ver uma luz ao fundo do túnel.


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